Estava
limpando meus livros quando me deparei com uma obra fantástica: O Livro dos
Abraços de Eduardo Galeano. Uma de minhas leituras favoritas. É uma edição da
L&PM de 1997 que carrego dentro de minha mochila. Gosto de ler pequenos
trechos sempre que tenho um tempo e desde que comprei este livro nunca me
separei dele. É uma obra que fala de sonhos e memórias. E que se apresenta dividida
em pequenas passagens. Vejo este livro como uma obra que fala da América Latina
e seu povo. Acho que é uma leitura com capacidade para mexer com os sentimentos
de qualquer um. E como sou um rapaz latino-americano sem dinheiro no bolso como
cantou Belchior me identifico muito com as passagens que compõem tal livro. O Galeano
chega ao meu coração com maestria em tal obra. E certamente é uma das leituras
mais aconchegantes que já experimentei. Quando penso em literatura feita na América
Latina o nome de Galeano é um dos primeiros que ocupa minha mente. E o Livro
dos Abraços aviva-se automaticamente em minha memória e minha alma.
O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!