Vi o
sinal de chuva no horizonte. Era um bom lugar para acampar e minha mochila
estava lotada de mantimentos. Estiquei a lona. Fiz fogo. Enchi um caneco com
água que colhi em um córrego intocado. Pendurei a rede e deitei. Havia um
pássaro que cantava no alto de uma paineira. Senti como se minha presença fosse
abençoada pela inteligência natural. Quando a água esquentou aproveitei para
fazer um café. Bolei um cigarro de palha e fiquei olhando a chegada da chuva. Os
pingos na lona pareciam música para meus ouvidos. Eu me sentia parte do
ecossistema que me rodeava. A minha mente estava em paz. E o meu coração
sossegado. Eu nunca tenho pressa. Afinal de contas, minha lona é minha casa. E o
mundo é um lugar imenso e cheio de lugares especiais para que a gente possa
repousar e renovar a alma.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se