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Território fértil e livre

O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças.

A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda.

E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com seu trabalho?

Embora pareça estranho dizer, realizei esta trabalheira no intuito de fortalecer a cena artística local e livrar meu ouvido daquela ideia proferida a todo instante: arte não dá dinheiro; sem participar de um edital não dá; a rua desvaloriza o artista etc. Assim sendo, de agora para frente tenho apenas de observar o que os envolvidos em tal conversa farão.

Portanto, o Mammalia deixará de fazer posts on-line. E, a partir de hoje, me afasto de toda e qualquer ideia elitizada ou mesmo burocrática. No mais, creio que somos livres para plantar e colher.

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