Pular para o conteúdo principal

É uma segunda-feira com cara de domingo

Estou de folga porque trabalhei durante o final de semana. Acordei no mesmo horário de sempre e fiz um chimarrão dos bem cevados e me plantei aqui diante de meu computador e fiquei olhando algumas plantas que tenho em vasos e senti a vontade de escrever um pouco sobre elas. Estas plantas em específico estão completando 10 anos. Estão bonitas. Há uns 4 anos comecei a reduzir o tamanho delas para que se acomodassem melhor aqui no espaço disponível. Aos poucos estão se tornando bonsai. Alguns extremamente bonitos. E uma coisa que reparei foi que o cultivo foi moldando cada uma delas sem pressa e me sinto recompensado. Acho que o segredo da vida é dar tempo ao tempo e não estipular metas com base em realidades muito longe da que temos. Um traço que não pude deixar de notar ao tempo em que olhava para elas é que estão muito parecidas com aquelas árvores imensas e antigas que a gente encontra ainda em pequenos bolsões verdes e me encantei com tamanha formosura. Pretendo manter o cuidado com elas levando sempre em conta a paciência. E faço tal colocação porque percebi ao longo do tempo que fazendo poucas intervenções nas plantas durante o ano se caminha mais rápido. Sei que 4 anos é um bom tempo, mas também sei que em se tratando de natureza é um período curto, quando se leva em conta a idade que uma árvore pode atingir. É como disse o Emicida: não quero chegar primeiro, quero chegar mais longe.

Postagens mais visitadas deste blog

Território fértil e livre

O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se

Acordo todo dia no mesmo mundo cão

Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v

Existe um desespero evidente

Chamar atenção é a cultura do momento. Muita gente se perde enquanto tenta angariar popularidade. Antigamente, costumava escrever histórias em canais de comunicação em que o texto e a reflexão não eram a prioridade. Levei um certo tempo para alcançar que estava deslocado e aceitar que frequentava o espaço errado. E durante muitos dias de minha vida fiquei sem entender algumas reações em minha volta. Embora formado em comunicação social sempre achei que os textos e os contextos eram autoexplicativos. Porém, me enganei. E quando me dei conta disso comecei a pensar em todos os dados que tinha enquanto editor de livros. Lá pelas tantas tive de dar o braço a torcer e entendi que não temos 5% de pessoas capazes de identificar o que é ficção e o que é realidade. Claro que um país que lê tão pouco não está preparado para debater e entender muita coisa. Contudo, a partir do momento em que parti para publicações manuais e passei a veicular minhas obras no meu tapetão de andarilho tudo mudou. Fiq