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Mostrando postagens de março, 2021

O jarro

Creio que o saber não é algo para trazer superioridade pessoal, mas para acarretar crescimento coletivo. O que temos de compreender, na minha visão, é que um jarro cheio de água pode ser usado para matar a sede ou para atingir a cabeça de alguém. O problema não é o jarro, mas quem se senta em sua volta. E assim acontece com o conhecimento e com tudo que nos cerca. A consciência impõe responsabilidade e formar estruturas de pensamento sem nenhuma base científica é mais difícil do que a partir dos conceitos. Falo de conceitos porque, enquanto seres que usam a fala e a escrita para a própria expressão, necessitamos nomear as coisas e dar sentido ao que expomos para localizarmos nosso interlocutor no momento do debate. É por isso que usar o jarro de maneira correta é sempre mais importante do que ensinar ou aprender. O todo é o mundo e não somente os que estão perto da gente. Portanto, os demais contam com a estruturação universal da comunicação para interpretar o que recebem e expor o que

O gado

O mundo é um lugar tão desavergonhado, que os mesmos que representam a ala que trava o impedimento administrativo de Bolsonaro, acusam a esquerda de não articular o processo. Veja, leitor, que existem mais de 50 processos de tal ordem contra o presidente, oriundos de diversas siglas, muitas de esquerda, é bom dizer. E mais, o impedimento do presidente não é algo que depende somente da esquerda. No fundo, eles não tinham ideia do que estavam fazendo quando saíram à caça não somente dos políticos, mas também dos militantes de esquerda, creio que eles não acreditavam que pudesse ocorrer uma pandemia mundial e que suas escolhas políticas teriam interferência também na ciência. Acho que pensavam que os radicais que apoiaram estavam brincando quando diziam que acreditavam que a Terra era plana e que eles, o gado, estavam seguros de todas as formas. É uma ala individualista que critica as pautas sociais da esquerda e que não entende o conceito de Biopoder e Biopolítica, embora falem disso o d

Na caminhada

Aprendi a amar o silêncio e sossegar meu coração, pois não tenho mais a pretensão de salvar ninguém de si mesmo. O tempo passa, a vida ensina e o caminho se revela e revela. Ao semelhante, entrego-lhe o conforto da própria liberdade e toda dignidade para servir-se de ignorância ou conhecimento, conforme sua sede e sua fome. Porém, o bom tom obriga-me a tornar-me igualmente livre e preservar-me conforme aprendo e caminho.

Mídia golpista

A grande mídia brasileira sempre foi anti-PT. Primeiro eles apoiaram o golpe no governo Dilma. Depois trataram Bolsonaro como candidato viável. Em seguida, pensando em 2022, colocaram uma capa de super-homem no então juiz Sergio Moro, seu candidato preferencial, mas agora que sentem-se ameaçados financeiramente e biologicamente por conta do Covid-19 fazem campanha contra Bolsonaro o dia todo na tv. Em um primeiro momento alguns podem achar que a grande mídia brasileira está preocupada com a população, mas no momento de divulgar que as pesquisas eleitorais colocam Lula com 49% das intenções de voto, muito perto de ganhar a eleição de 2022, ainda no primeiro turno, os infames deixam a máscara cair e noticiam a pesquisa dizendo que 51% dos brasileiros não votam em Lula, como se Lula perdesse no segundo turno para qualquer outro candidato até o momento. A grande mídia brasileira manipula a informação conforme seus interesses. São sedentos pelo poder e pelo próprio bem-estar e nada mais.

Na margem do rio

Estava de folga. Já havia molhado a horta e revisado um tanto de páginas. Estava com boa parte do meu dia disponível. Deitei na rede e fiquei olhando para a estrada de terra e não via nada. Nem redemoinho passava — como se diz. O calor era grande. Então me mandei para a ponte. O rio é largo e fundo e não tem pedras ou galhadas embaixo da água. O lugar é bem limpo e bonito. Entrei devagar. Dei uma boa tateada para ter certeza de que não havia perigo. Então dei a primeira bicuda. Senti que a água estava morna. Não tinha correnteza e um punhado de pássaros cantava lá na copa das árvores em meio à mata. Lá pelas tantas, ouvi alguém gritando, lá do outro lado da margem: “tá nadando igual peixe”. Era o Tininho. Agradeci o elogio e respondi: “já que a gente não pode nadar junto, por conta da pandemia, eu fico com uma margem do rio e você com a outra”. Ele fez um sinal de positivo e disse: “quando tudo isso passar vamos voltar aqui e fazer um campeonato de bicudas”. Deixei um sorriso n